O que é paralisia facial?
A paralisia facial acontece quando o nervo facial (nervo VII) deixa de funcionar corretamente. Esse nervo é responsável pelos movimentos dos músculos da face, como piscar, sorrir, franzir a testa, movimentar os lábios para falar, assobiar e até manter o tônus de repouso do rosto — garantindo a simetria facial.


Como identificar a paralisia facial?
Os principais sintomas incluem:
- Boca e face tortas, desviadas para um lado
- Dificuldade para sorrir ou segurar saliva e líquidos
- Fala prejudicada
- Impossibilidade de piscar ou fechar o olho
- Incapacidade de levantar a sobrancelha ou franzir a testa
Na maioria dos casos, a paralisia facial é súbita e sem causa aparente (idiopática), muitas vezes associada a estresse ou variações climáticas. Em alguns casos, pode começar com dor ou bolhas ao redor da orelha.

⚠ Importante:
Se os sintomas vierem acompanhados de perda de força em braços ou pernas, pode se tratar de um AVC. Procure atendimento médico imediatamente.
Quando a paralisia aparece de forma lenta e progressiva, é necessário investigar a presença de tumores ou outras lesões compressivas.
Fui diagnosticado com paralisia facial. O que fazer?
O ideal é procurar um médico imediatamente. Quanto mais cedo for iniciado o tratamento com corticosteroides (anti-inflamatórios), maiores são as chances de recuperação. A demora pode levar a sequelas permanentes.
Além de tratar a inflamação do nervo (neurite), é essencial investigar a causa. Casos leves e sem danos estruturais podem regredir sozinhos. Já traumas ou inflamações mais intensas podem exigir cirurgia.
O acompanhamento com um microcirurgião especialista em paralisia facial é fundamental para definir o momento ideal de intervenção.
Quando a cirurgia é necessária?
Se a paralisia não apresentar sinais de melhora em até 2 meses, há alto risco de sequelas. Após 6 meses sem recuperação, considera-se que a lesão é irreversível — e a cirurgia torna-se a principal alternativa.
Casos de paralisia facial causados por trauma, tumores ou cirurgias na cabeça devem ser avaliados imediatamente para possível reparo microcirúrgico.
Quais são os tratamentos para a fase aguda?
- Corticosteroides (caso não haja contraindicação) devem ser iniciados logo no início, especialmente nas paralisias idiopáticas (de Bell) e em traumas fechados.
- Em traumas abertos, é necessário avaliar a exploração e reparo cirúrgico imediato do nervo facial.
- O objetivo nessa fase é conter a inflamação e proteger os músculos da atrofia.
- Se após 2-3 meses não houver sinais de regeneração, indica-se avaliação cirúrgica.
Paralisia facial crônica: ainda há tratamento?
Sim. Quando o nervo não se regenera dentro de 1 ano, ocorre atrofia dos músculos faciais. Nesses casos, o tratamento envolve substituição do nervo e do músculo.
Técnicas avançadas:
- Crossface (microneuroenxertia transfacial): transfere estímulos do lado saudável para o lado paralisado
- Transplante muscular: uso de músculos como grácil, peitoral menor ou temporal, com ou sem irrigação sanguínea (microvasculares ou avasculares)
Essa combinação (crossface + transplante) é considerada o padrão ouro para recuperar expressões faciais, incluindo o sorriso e o fechamento dos olhos.




Casos especiais: sincinesias e técnicas complementares
Em alguns casos, a paralisia se recupera de forma incompleta, com movimentos involuntários (sincinesia), como piscar ao sorrir. Nestes casos:
- Toxina botulínica pode aliviar os sintomas em situações leves
- Microcirurgia pode ser indicada nos quadros mais graves
Há também técnicas estáticas, como suspensão facial, que não restauram o movimento, mas melhoram a estética e a funcionalidade — e podem ser combinadas com procedimentos como lifting facial, blefaroplastia e outros.
Estudos e reconhecimento internacional
O Dr. Chang Yung Chia é autor e coautor de técnicas inovadoras publicadas nos principais jornais científicos do mundo:

